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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

EM CLIMA DE ROCK IN RIO,NM TAMBÉM É ROCK NA VEIA (THE WALL - PINK FLOYD)

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Quem ainda não viu, que veja. Quem já viu, que veja de novo. The Wall é daqueles filmes que  merecem ser vistos inúmeras vezes, não só por sua complexidade encantadora mas também porque através dele pode-se fazer  um exercício  quase que psicológico de se colocar  no lugar do personagem principal e  de uma certa maneira exorcizar seus maiores monstros. Comigo sempre dá certo.
Produzido em 1982 The Wall contou com a direção do renomado diretor Alan Parker (O Expresso da Meia-Noite, Evita), enquanto o cartunista Gerald Scarfe ficou à frente das sequências de animação. O filme – altamente metafórico – é baseado no álbum de mesmo nome da banda Pink Floyd, que foi lançado em 1979 tendo seu roteiro escrito pelo líder da banda, o vocalista e baixista Roger Waters.
The Wall Movie 1982
Pink (Bob Geldof), o roqueiro deprê.
Sobre o disco podemos dizer que é o álbum duplo mais vendido da história e que traz além das composições amargas e sensíveis de Waters, a atuação magistral de David Gilmour na guitarra. É de uma riqueza instrumental riquíssima e contém efeitos sonoros bastante detalhados. 
A tradução para THE WALL, em português é O MURO. O muro que  sentimos em nosso coração e tanto pode ser um sentimento cruel, um medo que acaba por nos excluir do mundo, como uma espécie de muro que se pode  criar entre o artista e seu público. Um dos fatos que “inspirou” Roger Waters a escrever The Wall aconteceu durante um show do Pink Floyd, nos anos 70. Waters cuspiu  no rosto de um de seus fãs, que tentou agarrá-lo. Mais tarde refletindo sobre o ocorrido ele percebeu que sua relação com o público havia chegado ao limite. Ele havia deixado de ser apenas um músico expondo eu trabalho, para se vestir num personagem ditador, que impunha sua arte sobre a grande massa que se distanciava a cada dia mais. Uma espécie de muro  fora criado entre ele e sua plateia, impedindo que acontecesse a comunicação real necessária entre o artista e seu público. 
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O filme conta sobre Pink, um roqueiro deprimido, vivido pelo músico Bob Geldof (da banda The Boomtown Rats, aquela do I Don´t Like Mondays),  que se vê diante de todas as suas frustações e  depressões, resultado da pressão de ser um “astro de rock”e de uma infância cheia de traumas como a morte de seu pai na Segunda Guerra Mundial, a superproteção de sua mãe e o bullying sofrido na escola por parte do professor e colegas devido a seus poemas. Cada dia mais distante de sua vida, atrás do “muro” que construiu como proteção, Pink vai perdendo sua carreira e até mesmo sua esposa, que acaba por se envolver com outro homem. O músico começa a se enxergar como um ditador e numa das cenas mais antológicas do filme, raspa todos os pelos de seu corpo numa referência clara a Syd Barrett, ex-integrante da banda que surgiu nas gravações de “Wish You Were Here” de sobrancelhas e pelos raspados.
Manipulado por seu empresário que o mantém dopado para que prosseguisse com sua carreira, Pink vive momentos de alucinação que o fazem pensar que ele é um ditador neonazista, seu show, uma manifestação e seu público, uma grande massa influenciada por ele a “limpar o mundo dos males das sociedades”. Em sua mente já cansada o músico vive um julgamento em que sua mãe, sua esposa e seu professor estão contra ele e acaba sendo sentenciado a “destruir” o muro que o isola do mundo, este muro imaginário que muitas vezes nos impede de atingirmos nossos objetivos.
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Pink se vê em frente a ele mesmo, na infância.
A história é uma mistura de momentos da vida de Roger Waters (como o fato de seu pai ter morrido durante uma batalha nos anos 40, assim como o pai do personagem , que morreu na Segunda Guerra) e acontecimentos fictícios. Inicialmente o próprio Waters interpretaria Pink, mas depois de alguns testes a ele coube apenas uma pequena figuração na cena do casamento do personagem durante a música “Mother”.
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O músico se vê como um ditador dominando seu público.
As opiniões se dividem bastante quanto ao filme. Alguns o consideram  apenas  um musical, um grande videoclipe, outros, uma crítica clara ao governo e à sociedades ocidentais do século XX. Diversas análises circulam pela internet, revistas e livros, mas acredito que o mais importante é que cada um faça a sua própria interpretação sobre a história, analisando de acordo com os próprios problemas e decepções por qual passamos durante a vida e , principalmente, destrua esse muro interno tão prejudicial.
Aperte o play e boa viagem!


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